quarta-feira, 9 de julho de 2008

hoje o céu está brilhante


hoje o céu está brilhante
e vivo
mesmo quando oculto
entre nuvens lisas
hoje respiro bem
todas as inspirações provocadas
por momentos de descoberta
hoje podia dizer
que Amo
a consistência dos sonhos
nas voltas redondas da vida
liberta em flashes
de momentos
únicos
como nós
hoje escrevo-te Amor
em palavras
de compotas coloridas
hoje sinto o doce
sabor dos teus beijos
não temos dias
só horas
nem noites
só madrugadas
de searas de sóis morenos
não temos chuvas
só luas de prata

um dia escrevo-te

um dia escrevo-te
um poema
de momentos de recordação
da chuva, da tempestade
e de todas as bonanças
um dia saimos
do banco de jardim
de mãos entrelaçadas
de sonhos fáceis
um dia tomas-me de assalto
os dias
as noites, as madrugadas
de insónias
um dia vejo-te reflectido
na minha pele
e eu
na tua
um dia ensino-te
todas as minhas fases
angulares
fundindo as nossas vidas
um dia justifico-te
sem justificações frágeis
os medos que fugiram
um dia mostro-te
toda a minha força

terça-feira, 1 de julho de 2008

não domino

não domino
os teus silencios
os risos, as dores
não conheço
os teus momentos
que sabes de cor
não percebo
todos os receios
não serei cura
para os teus anseios
olha para mim
despida do que não sou
não me idolatres
sente-me bem
aqui, nestes retratos
abraça-me forte
todos os meus medos
e fica aqui junto amim
se achares que deves

hoje é dia de lua cheia

hoje é dia de lua cheia
de luares claros
como a água
de noites de Verão
cálidas
como os nossos sentimentos
hoje é dia de vermos estrelas
sem soluços oprimidos

ensina-me

ensina-me o que sentes
em sopros de inspiração
ensina-me os truques
os jeitos, nuances
ensina-me a ver
para além do meu olhar
todos os contrastes
ensina-me a esperança
que germina nos nossos corações

segunda-feira, 30 de junho de 2008

serás o meu alibi

serás o meu alibi
das noites de lua cheia
serás novos dias de Verão
de brisas frescas do mar
serás noites tresloucadas
de risos cheios de beijos
serás a calma que careço
na fúria de tantos instantes
serás campos de papoilas
em dias de pôr do sol
serás ruelas privadas
de momentos de abandono
seremos filmes românticos
de serões de fogo intenso
serás a minha canção
meu porto de descobertas
serás tudo
o que quisermos
amigo, amor ou amante

domingo, 1 de junho de 2008

AMOR

Percorro o teu corpo
com mil cuidados
como objecto frágil
se tratasse
lentamente...
sem pressas...
procurando descobrir
no mais recôndido de ti
os teus segredos mais profundos
quero querer-te
como nunca
quis alguém
entregar-me por inteiro
sem pudor
sentir-te sinuoso no meu corpo
e a isso sim
chamarei AMOR

HORA DE AMOR

Deitada com languidez
no meu leito
sinto-te presente
quase te toco...
O teu odor
embriaga-me os sentidos
os meus lábios
sabem a ti.
Adoro a loucura
da nossa envolvência
a entrega
agora sim
total.
O desfrute dos corpos
a nosso belo prazer
a textura suave da tua pele
os teus olhos meigos
sedutores
as respirações ofegantes
que já não contemos
a espera inquieta da nossa
HORA DE AMOR

terça-feira, 27 de maio de 2008

por ora



retalhos diversos

dispersos em tempos

redondos cozidos

em pressas

ignóbeis

em dias de branco e negro

com cicatrizes feias

hoje desisto

de contar a história

sem interesse

para outros

que me ensombra

todos os retalhos

com cor ficarão guardados

por ora.

domingo, 25 de maio de 2008

pintaria, se soubesse...



pintaria, se soubesse...

em telas todas brancas

embriagada no cheiro das tintas

dos óleos

dos pincéis

em febres inspiradas

pego-lhes e nada

fica o branco acusador

nessa tela

sem as matizes das cores

admiro-te por conseguires

sair do branco

sábado, 24 de maio de 2008

não sabia ser guerreira
não tinha estandartes
só um corpo e uma pele
nem sabia que lutava
julgava ser pacifista
descobriu-se guerreira
em lutas quiçá
quixotescas
baixou tantas vezes as defesas
desse forte
demasiadamente invadido
por piratas saqueadores
que descobriu com prazer
que afinal é guerreira
talvez mesmo guerrilheira
da sua causa